Pesquisas recentes mostram que assim como diabetes e a obesidade, a periodontite e outras complicações na boca aumentam a probabilidade de um infectado pela covid ser acometido pelas formas mais graves da doença.
Como estudos antigos demonstram, bactérias na cavidade bucal podem cair na corrente sanguínea e chegar ao coração causando a endocardite bacteriana. Da mesma forma, estudos genéticos encontraram RNa de diversos tipos de vírus escondidos em espaços entre a gengiva e os dentes, as famosas placas bacterianas.
Estudos de laboratório mais recentes confirmaram que o coronavírus se aloja em vários pontos da boca, se mantendo ativo e potencialmente infeccioso e que estatisticamente essas infecções podem levar a forma grave da doença.
“Os tecidos que revestem a cavidade bucal são portas para infecção e replicação dos vírus, elas possuem células que permitem a entrada do coronavírus no hospedeiro” .
O maior estudo até agora realizado sobre o assunto foi publicado em março no Journal of Clinical Periodontology (FEP). A pesquisa mostrou que mais de 500 pacientes infectados pelo covid, descobriu-se que aqueles com doença periodontal tinham 3,5 vezes mais chances de terem a forma grave da doença. Mostrou-se que o corpo de quem tem doença periodontal está mais inflamado e essa inflamação pode explicar taxas mais altas de agravamento.
“A inflamação na cavidade oral pode abrir a porta para o coronavirus se tornar mais violento. A higiene bucal deve fazer parte das recomendações de saúde para reduzir o risco de resultados graves da covid”
Sabemos que 50% dos adultos são afetados por formas leves e moderadas de periodontite e 10% pela severa e que na contramão da necessidade de se intensificar os cuidados bucais na pandemia, os pacientes estão adiando a visita ao dentista para tratamento odontológico e prevenção. A hesitação em cuidar da saúde bucal, hábitos alimentares inadequados, higiene bucal ruim e estresse de isolamento está tendo consequências ruins para a saúde bucal em geral. Invista em você e cuide de sua saúde!